ESpécies reintroduzidas

REINTRODUÇÃO DA ANTA NA RESERVA ECOLÓGICA DE GUAPIAÇU

A reintrodução de antas (Tapirus terrestris) na Reserva Ecológica de Guapiaçu (REGUA), no Estado do Rio de Janeiro, teve início em 2017 com a chegada de três animais. Essa reintrodução está sendo coordenada pelo Laboratório de Ecologia e Manejo de Animais Silvestres do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (LEMAS-IFRJ). Junto com a reintrodução desses animais, estão sendo conduzidas pesquisas acerca de sua capacidade de dispersão de sementes, ecologia espacial e outras interações ecológicas. Atualmente temos oito antas vivendo nas florestas da REGUA, sendo que uma nasceu em vida livre. Os animais estão adaptados e os moradores do entorno da REGUA apoiam a reintrodução. Planejamos transportar mais antas para a REGUA em breve, com o objetivo de estabelecer uma população viável, que com o tempo disperse para o Parque Estadual dos Três Picos e outras áreas florestadas adjacentes, colonizando a região mais densamente florestadas do estado, o Mosaico da Mata Atlântica Central Fluminense.

REINTRODUÇÃO DO BUGIO NO PARQUE NACIONAL DA TIJUCA

A reintrodução de bugios (Alouatta guariba) no Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro, se iniciou em 2015. Bugios são macacos que se alimentam somente de folhas e frutos, andam em grupo e são conhecidos pelo seu “ronco”, que pode atingir distâncias muito longas. Eles estavam extintos na cidade do Rio de Janeiro principalmente por conta do desmatamento e da caça e agora estão sendo trazidos de volta para a Floresta da Tijuca. A reintrodução do bugio é coordenada pelo Laboratório de Ecologia e Conservação de Populações (LECP) da UFRJ e pelo Laboratório de Ecologia e Conservação de Florestas (LECF) da UFRRJ , que tem conduzido estudos a respeito da capacidade de dispersão de sementes, ecologia espacial e comportamento destes animais após a sua liberação. Já observamos interação com mais de 60 espécies vegetais, bem como mais de 20 espécies de besouros rola-bostas, que tem papel importante na dispersão de sementes. O casal Kala e Juvenal teve três filhotes nascidos em vida livre, e o grupo segue unido.  Desde 2017, não foram liberados novos animais, por conta da epizotia de Febre Amarela. Em breve, mais animais serão liberados.

REINTRODUÇÃO DO JABUTI TINGA NO PARQUE NACIONAL DA TIJUCA

A reintrodução de jabuti-tinga (Chelonoidis denticulatus) no Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro, se iniciou em 2018, e os primeiros indivíduos foram liberados na floresta em Janeiro de 2020. Jabutis são conhecidos como bons dispersores de sementes grandes, e costumavam ser muito abundantes nas florestas da Mata Atlântica. Entretanto, desapareceram dessa região quase completamente por conta de caça e desmatamento, estando ausentes da cidade do Rio há cerca de 200-300 anos. A reintrodução do jabuti está sendo coordenada pelo Laboratório de Ecologia e Conservação de Populações (LECP) da UFRJ, que em paralelo conduz estudos sobre diferentes estratégias de soltura, influência do comportamento individual no resultado da reintrodução, avalia a dispersão de sementes realizada pelos jabutis, sua dieta e padrões de movimentação.

REINTRODUÇÃO DA CUTIA-VERMELHA NO PARQUE NACIONAL DA TIJUCA

A reintrodução de cutias-vermelhas (Dasyprocta leporina) no Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro, se iniciou em 2009. Esses roedores estavam localmente extintos havia cerca de quarenta anos. Em paralelo à reintrodução, o Laboratório de Ecologia e Conservação de Populações da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LECP-UFRJ) estuda os padrões espaciais, a demografia e a dieta das cutias reintroduzidas, além do recrutamento de plântulas de espécies arbóreas dispersadas por elas, de modo a avaliar o efeito da reintrodução na reconstrução de interações ecológicas perdidas. Atualmente, após alguns anos de esforços de translocação de animais, a população de cutias vem crescendo sem o auxílio de intervenção, e esforços continuam apenas para o monitoramento dessa população.